Em linhas gerais, uma cirurgia ambulatorial é todo o procedimento cirúrgico que não exige internação do (a) paciente. Trata-se de um tipo de cirurgia mais simples e menos custosa, que não precisa ser realizada dentro de ambiente hospitalar, com pernoite, anestesia geral e outras despesas mais caras. A (o) paciente tende a receber alta no mesmo dia e conta com uma recuperação rápida e praticamente sem desconforto. Melhor ainda é que essas vantagens não significam menor conforto e segurança para os pacientes. Pelo contrário.
“A cirurgia ambulatorial é feita, normalmente, com anestesia local, ou sedação, e os pacientes não dormem no hospital (estilo day clinic). Ou seja, eles operam, ficam algumas horas no local, mas têm alta no mesmo dia”, reforça a Dra. Leizi Regina Barreto Silva, cirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Cirurgia ambulatorial não abdica de conforto e segurança aos pacientes
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Ambulatorial (SOBRACAM), o objetivo das cirurgias ambulatoriais é propiciar melhores resultados clínicos, com racionalização de custos, sem abrir mão da segurança e qualidade dos equipamentos anestésicos e cirúrgicos e do conforto de uma recuperação assistida, em casa. Além disso, os procedimentos devem ser feitos em ambientes cirúrgicos equipados adequadamente e com equipes multidisciplinares dedicadas.
Ressecção de cicatriz inestética e remoção de queloide são exemplos comuns de cirurgia ambulatorial
Dentre as cirurgias ambulatoriais existentes, vale a pena começar destacando a ressecção de cicatriz inestética e a remoção de queloide. A primeira visa melhorar a aparência de cicatrizes que incomodam a (o) paciente, seja diminuindo o tamanho ou alterando a textura, formato e cor. Já a segunda remove o queloide, que é um tecido cicatricial que surge muito comumente nas pessoas. Ele cresce de forma anormal, gerando uma “massa” de pele de aparência estranha e incômoda, normalmente.
Remoção de lipoma e cisto sebáceo e lobuloplastia
Outra cirurgia ambulatorial muito comum é a remoção de lipoma, que é uma espécie de caroço de células de gordura que se forma na pele. O procedimento costuma ser indicado quando o lipoma cresce rápido e causa dor ou incômodo estético ao paciente. A remoção de cisto sebáceo (um nódulo benigno que se desenvolve pelo entupimento das glândulas sebáceas) e a lobuloplastia (cirurgia plástica indicada para diminuir ou ajustar os lóbulos das orelhas) são outros exemplos importantes de cirurgia ambulatorial.
Câncer de pele também pode ser tratado com cirurgia ambulatorial
A cirurgia ambulatorial também pode tratar de quadros mais sérios e sensíveis, como o câncer de pele. Nesse caso, o procedimento é adotado para remover melanomas e tumores cutâneos. Diferente das demais cirurgias ambulatoriais citadas anteriormente, esta é menos associada à estética e mais focada na saúde em si. Mesmo assim, costuma deixar uma cicatriz relativamente discreta, após a remoção da lesão. Em quadros brandos, a cirurgia tende a ser simples, exigindo apenas anestesia local.
Mais exemplos de cirurgias ambulatoriais e principais cuidados na recuperação
“Das cirurgias que podem ser feitas no modelo ambulatorial, vale citar, ainda, a blefaroplastia (pálpebras), otoplastia (orelha de abano), lesões de pele, ninfoplastia (região íntima da mulher) e prótese de mama. A recuperação pós-cirúrgica desses procedimentos ambulatoriais consiste na retirada dos pontos com uma semana e uso de curativos”, informa a especialista.